Brasil rompe laços com Nicarágua enquanto reavalia vínculos com autoritários de esquerda

Brasil rompe laços com Nicarágua enquanto reavalia vínculos com autoritários de esquerda

GamingBrazilDois países expulsam embaixadores um do outro em meio a crescentes tensões entre Lula e Maduro, da Venezuela

O Brasil e a Nicarágua expulsaram os embaixadores um do outro em uma disputa diplomática de represália, enquanto o presidente brasileiro. Luiz Inácio Lula da Silva, parece estar recalibrando sua abordagem em relação aos governantes autoritários de esquerda que antes eram considerados aliados.

As expulsões duplas desta semana ocorreram em meio a crescentes tensões entre Lula e outro líder supostamente progressista. Nicolás Maduro, da Venezuela, cuja alegação de reeleição o presidente brasileiro ainda não reconheceu. Lula e seus colegas na Colômbia e no México pediram a Maduro que divulgasse os totais de votos de todas as urnas para comprovar sua vitória.

Na quinta-feira, o Brasil anunciou a expulsão do embaixador nicaraguense como uma “aplicação do princípio da reciprocidade”. Após a decisão da Nicarágua de expulsar o embaixador brasileiro há duas semanas.

O embaixador Breno de Souza da Nicarágua Costa é relatado como tendo se recusado

Sob a direção do governo brasileiro, a participar de um evento comemorativo do 45º aniversário da Revolução Sandinista. Quando revolucionários de esquerda depuseram o então ditador Anastasio Somoza.

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, desempenhou um papel crucial nessa revolução. Mas, nos últimos anos, tem supervisionado uma repressão cada vez mais feroz à dissidência. Aprisionando dezenas de líderes da oposição, incluindo antigos companheiros de armas, e forçando centenas de milhares a fugir do país.

A enviada nicaraguense Fulvia Patricia Castro estava no cargo há apenas três meses antes de ser expulsa na quinta-feira. No mesmo dia, ela foi nomeada pela vice-presidente da Nicarágua e esposa de Ortega. Rosario Murillo, como a nova ministra da economia familiar.

De acordo com o jornal brasileiro O Globo, diplomatas brasileiros veem a postura de Lula como um movimento estratégico para contrabalançar as acusações de que ele tem sido indulgente com Maduro na Venezuela.

Embora o Brasil tenha resistido em reconhecer a alegada vitória de Maduro. Lula enfrentou críticas, particularmente da direita, por não seguir os EUA. A Argentina e outros países no reconhecimento do candidato da oposição Edmundo González como o presidente legítimo da Venezuela.

Feliciano de Sá Guimarães, professor associado de relações internacionais na Universidade de São Paulo. Disse que a mudança de atitude de Lula em relação a Ortega e Maduro reflete o custo político interno de ser visto como apoiador de duas “ditaduras”.

“É um ajuste de postura, não uma mudança de postura. Trata-se mais do alto custo interno de ser visto próximo a regimes que são rejeitados pela população brasileira”, disse Guimarães.

O relacionamento entre Lula e Ortega, que já foram aliados, tem se deteriorado há pelo menos um ano

No ano passado, o presidente brasileiro atendeu a um pedido do Papa Francisco e tentou intervir pela liberação do bispo Rolando José Álvarez. Um crítico do regime autoritário de Ortega, que foi preso sob acusações de “conspiração para minar a integridade nacional e espalhar notícias falsas”.

O líder católico foi eventualmente liberado em janeiro após mais de 500 dias na prisão. Mas foi forçado a deixar o país.

Em julho, Lula afirmou que havia sido ignorado por Ortega: “O fato é que Daniel Ortega não atendeu minha ligação e não quis falar comigo. Então, eu nunca mais falei com ele, nunca mais”, disse ele durante uma coletiva de imprensa.

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