Violência Contra a Mulher no Brasil: Níveis Recordes Causam Alarme

GamingBrazil – O Brasil está enfrentando os níveis mais altos de violência contra mulheres registrados até o momento. Cada forma de violência de gênero, incluindo assassinato, assédio e perseguição. Aumentou em 2023, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil viu taxas historicamente altas de estupro e outras formas de violência de gênero. Levantando preocupações sobre tentativas de setores de direita de tornar ilegal para vítimas de estupro realizarem abortos.

Dados do relatório anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na quinta-feira, indicaram que o número de casos de estupro denunciados aumentou 6,5% em relação ao ano anterior, totalizando 83.988 casos, o que equivale a um a cada seis minutos, um novo recorde histórico.

Violência contra a mulher no brasil

À luz da agitação de setores de extrema-direita e de uma lei atualmente em análise na Câmara dos Deputados que visa penalizar sobreviventes de estupro que solicitam um aborto, especialistas descrevem as estatísticas como “ainda mais alarmantes”.

Em 2023, houve aumento em todos os indicadores de violência de gênero em relação ao ano anterior, incluindo perseguição (34,5%), assédio sexual (48,7%) e assassinato (0,8%).

Por outro lado, os homicídios em geral (tanto contra homens quanto contra mulheres) diminuíram pelo sexto ano consecutivo, caindo 3,4% de 47.963 em 2022 para 46.328 no ano mais recente.

Os impactos residuais da pandemia de Covid-19 podem ser uma das razões para o contínuo aumento da violência de gênero, segundo Samira Bueno, diretora-executiva do fórum.

“Desde 2021, houve um aumento significativo no número de incidentes de violência contra mulheres. E esses números são muito mais altos do que eram antes da pandemia”, afirmou Bueno.

“O Brasil historicamente é uma nação extremamente violenta. Mas parece que algo foi alterado pela pandemia. Todas essas formas de violência podem ter sido exacerbadas pelas tensões que se desenvolveram no ambiente doméstico”, disse ela.

Pelo menos 52% das vítimas de estupro eram negras, segundo dados disponíveis, apesar de muitos estados não registrarem essa informação.

Com 61,6% dos sobreviventes tendo 13 anos ou menos, as crianças continuaram sendo desproporcionalmente representadas entre os sobreviventes de estupro; essa proporção permaneceu constante, com 84,7% das vítimas sendo abusadas por familiares ou amigos.

todos os casos sobre violência com mulher no brasil

A legislação proposta na Câmara dos Deputados, que puniria mulheres que realizam um aborto após 22 semanas. Mesmo em casos de estupro, preocupa os ativistas, que temem que elas possam enfrentar vitimização adicional.

No Brasil, o aborto é proibido, mas há uma exceção para estupro. Apoiadores do ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro estão pressionando por uma nova legislação que aumentaria as penas de prisão para interrupções de gravidez de até 20 anos, o que é igual ao homicídio e mais longo do que para estupro (até 15 anos).

O projeto está atualmente paralisado na Câmara dos Deputados após uma reação de organizações feministas e de direitos humanos. Mas os ativistas temem que ele possa ser revivido e alertam que certamente penalizaria as vítimas de abuso sexual infantil.

Segundo Bueno, muitas jovens vítimas não sabem que estão grávidas. “São crianças que não têm maturidade para entender que estão sendo vítimas de estupro”, disse Bueno.

“Portanto, criminalizar a vítima por um suposto ‘atraso’ na realização de um aborto é apenas mais uma maneira de abusar dessas meninas”, afirmou ela.

Bueno afirmou: “Nosso Congresso está totalmente desconectado do que está acontecendo com a população, especialmente com meninas e mulheres.” “Não precisamos estar discutindo como ajudar essas vítimas?”

Taxa mais alta de mulher sendo morta no Brasil

A pesquisa classificou as taxas de estupro nas cidades com uma população de 100.000 habitantes ou mais pela primeira vez. Sorriso, no Mato Grosso, registrou a taxa mais alta.

Em 2023, foram registrados 77.000 casos de perseguição, um aumento de 34%. Segundo Bueno, “esses dados são especialmente relevantes porque a perseguição é um crime que frequentemente ocorre antes de outras formas de violência, como o assassinato”.

Somente em 2021 o Brasil identificou oficialmente a perseguição como crime, portanto. São esperados aumentos anuais nas taxas à medida que mais pessoas tomam conhecimento da legislação.

Apesar da recente queda no número geral de homicídios. O Brasil ainda concentra 10% de todos os assassinatos no mundo, apesar de representar apenas 3% da população mundial.

“Por mais um ano, o Brasil conseguiu reduzir o número de homicídios. Mas mulheres e meninas agora se sentem muito mais inseguras lá”, disse Bueno.

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